quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Caritas abriu Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes na Guarda

A Caritas Diocesana da Guarda inaugurou na Terça-feira, 7 de Outubro, um Centro Local de Apoio e Integração de Imigrantes (CLAII), numa cerimónia presidida pela Alta Comissária para a Imigração e Minorias Étnicas, Rosário Farmhouse. O CLAII da Guarda, o 78º que abriu as portas a nível nacional, irá funcionar nas instalações da Caritas Diocesana da Guarda, sendo assegurado por duas técnicas da instituição que receberam formação específica para esse efeito.

Por aquilo que foi referido, o CLAII é um espaço descentralizado, ligado ao ACIDI - Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, "que pretende dar respostas locais articuladas ao nível das necessidades de acolhimento e integração das comunidades imigrantes da região da Guarda".

O gabinete funcionará com duas mediadoras, responsáveis pelo atendimento aos imigrantes, que prestarão apoio em áreas como enquadramento legal, reagrupamento familiar, acesso à saúde, acesso à educação, reconhecimento de habilitações e competências, meios jurídicos de combate ao racismo e à xenofobia.

A Alta Comissária para a Imigração e Minorias Étnicas, Rosário Farmhouse, afirmou na altura que a Caritas da Guarda reúne "todas as condições para ser uma resposta de excelência para os imigrantes" que vierem a fixar-se na região.

A presidente da direcção da Caritas, Isabel Varandas, recordou que a inauguração deste espaço, criado no âmbito de um protocolo celebrado com o ACIDI significa "o concretizar de um sonho há muito acalentado". Recordou que a partir de 2000, a instituição que dirige começou a apoiar imigrantes, em maior número vindos de países de Leste, a quem foram atribuídos "géneros alimentares, vestuário, ajuda na procura de emprego e aulas de Português"

No Distrito da Guarda, residem actualmente 4423 estrangeiros, em situação legal, de 75 nacionalidades, segundo referiu Manuel Alves, responsável pela Delegação da Guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. "São muitas nacionalidades que é preciso integrar", observou o responsável, acrescentando que, no caso da Guarda, "nota-se que há uma integração efectiva, porque não há problemas".

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sínodo com novidades


253 delegados tomam parte, de 5 a 26 de Outubro, na XII Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com mais tempo para intervenções livres e várias novidades de vulto.

O tema desta reunião magna dos episcopados mundiais, escolhido por Bento XVI, será “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”.
Em conferência de imprensa realizada esta Sexta-feira, no Vaticano, o secretário-geral do Sínodo, D. Nikola Eterović, destacou a importância da “discussão livre” neste encontro. O espaço para este debate acontece entre as 18h00 e as 19h00 de cada dia de trabalhos (hora local, menos uma em Lisboa).
Portugal terá como delegados D. Anacleto de Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa, e D. António Bessa Taipa, Bispo Auxiliar do Porto.
Cada padre sinodal terá à sua disposição cinco minutos para a sua “intervenção oficial”. Logo a 6 de Outubro, haverá momentos livres de debate após cinco relações, de 10 minutos cada, sobre a forma como cada continente acolhe a Bíblia.

Esta novidade metodológica permitirá ter informações “mais precisas” sobre a realidade da Igreja nos quatro cantos do mundo.
Neste Sínodo tomam parte, além dos 253 delegados – 51 de África, 62 da América, 42 da Ásia, 90 da Europa e 9 da Oceânia – 41 peritos (de 23 países), 37 auditores (de 26 países) e representantes de 10 Igrejas e comunidades eclesiais não católicas.

Entre as novidades desta assembleia sinodal, destaca-se a presença de 25 mulheres (6 peritas, 19 auditoras).
Facto histórico é a intervenção, prevista para 6 de Outubro, do Rabino Yashyv Cohen, que irá falar da forma como o povo judaico lê e interpreta a Escritura, em grande parte partilhada pela Igreja. Será a primeira vez que um não cristão toma a palavra num Sínodo dos Bispos.

No dia 18 de Outubro, Sábado, terá lugar uma cerimónia ecuménica, presidida pelo Papa Bento XVI e o Patriarca de Constantinopla (Ortodoxo), Bartolomeu I que, num gesto também inédito, se irá dirigir aos padres sinodais.

O Papa irá presidir, durante o Sínodo, a quatro celebrações eucarísticas, a primeira logo no Domingo, 5 de Outubro, na Basílica de São Paulo fora de muros – a primeira vez que um Sínodo dos Bispos sai da Basílica de São Pedro, como forma de assinalar o Ano Paulino.

A cerimónia conclusiva acontece a 26 de Outubro. Antes, Bento XVI preside à canonização de quatro beatos, a 12 de Outubro, e três dias antes, à Missa que assinala o 50.º aniversário da morte de Pio XII

D. Nikola Eterović explicou ainda que a presença de Bispos chineses se limita aos de Hong Kong e Macau porque “não foi possível chegar a um acordo com as autoridades” da China continental.


Bento XVI reafirma posições da Igreja sobre contracepção

Papa escreve mensagem pelos 40 anos da «Humanae Vitae»

Bento XVI reafirmou a oposição da Igreja Católica a métodos artificiais de contracepção, defendendo que “uma acção destinada a impedir a procriação significa negar a verdade íntima do amor conjugal”.

O Papa escreveu uma mensagem dirigida aos participantes no Congresso Internacional "«Humanae vitae»: actualidade e profecia de uma encíclica”, nos 40 anos da célebre encíclica de Paulo VI. A iniciativa é organizada conjuntamente pelo Instituto Pontifício “João Paulo II” para os estudos sobre o matrimónio e a família e a Universidade Católica do Sagrado Coração.

Segundo o actual Papa, o núcleo do ensinamento dos seus predecessores está no facto de se estabelecerem limites à “possibilidade de domínio do homem sobre o seu próprio corpo e as suas funções”.

Na mensagem admite-se que possam existir “circunstâncias graves” que levem a adiar o nascimento de filhos, mas para Bento XVI é fundamental que essa opção se realize no respeito pelos “ritmos naturais de fertilidade da mulher”, procurando assim não “perturbar o significado íntegro da doação sexual”.

“Obviamente, isto requer uma maturidade no amor, que não é imediata, mas comporta um diálogo e uma escuta recíprocas e um domínio singular do impulso sexual num caminho de crescimento na virtude”, escreve o Papa.

Bento XVI refere também que “muitos fiéis têm dificuldade em compreender a mensagem da Igreja”, afirmando que “a solução técnica parece, também nas grandes questões humanas, parece ser a mais fácil, mas esconde a questão de fundo, que diz respeito ao sentido da sexualidade humana”.

“A técnica não pode substituir o amadurecimento da liberdade, quando está em jogo o amor”, assinala, para escrever mais à frente que “é necessário que seja o coração a ver”.

Para o Papa, “o serviço que a Igreja oferece na sua pastoral matrimonial e familiar deverá saber orientar os casais para compreenderem o maravilhoso desígnio que Deus inscreveu no corpo humano, ajudando-os a acolher aquilo que comporta um verdadeiro caminho de amadurecimento”.

05-10-2008 - Domingo XXVII do Tempo Comum

“Arrendará a vinha a outros vinhateiros”

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros, para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram-no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros. E eles trataram-nos do mesmo modo. Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, dizendo: “Respeitarão o meu filho.” Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: “Este é o herdeiro; matemo-lo e ficaremos com a sua herança.” E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» Eles responderam: «Mandará matar sem piedade esses malvados, e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a seu tempo». Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na escritura: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos”? Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos». (Mt 21, 33-43)








Estamos no mês de Outubro, dedicado ao Rosário e às Missões.A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito do Antigo Testamento, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.


Na 1.ª Leitura, encontramos o "Cântico da Vinha", um lindo poema composto pelo profeta Isaías, talvez a partir de uma canção de vindima: um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários. O sonho dele era a colheita dos frutos do seu trabalho... Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas...

No Evangelho, Jesus retoma o poema de Isaías e desenvolve-o. A parábola ilustra a recusa de Israel em aceitar o projecto de salvação, que Deus oferece aos homens através de Jesus Cristo: o dono é o Senhor, que manifestou muito amor pela sua vinha; os vinhateiros são os chefes de Israel; os enviados são os profetas; o filho do dono, o próprio Cristo, filho de Deus. Jesus anuncia que a "vinha" vai ser retirada e vai ser confiada a trabalhadores que produzam e entreguem a Deus os frutos que ele espera. O Povo tenta prender Jesus, pois percebe que a Parábola se refere a ele.

Nós somos os trabalhadores da vinha que devem produzir frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.Neste mês de Outubro, dedicado ao Rosário e às Missões, a Igreja convoca-nos à promoção e defesa da Paz.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ORAÇÃO MISSIONÁRIA

Espírito Santo,
que desceste sobre os Apóstolos e os fizeste anunciadores do Evangelho:

derrama os teus dons sobre cada um de nós e torna-nos sensíveis aos apelos e às necessidades dos nossos irmãos;
desperta em muitos corações (crianças, jovens e adultos...) o ideal missionário;
dá força e coragem a todos quantos se entregam totalmente ao serviço da MISSÃO.
Amen

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS, Padroeira das Missões

“Não quero ser Santa pela metade, escolho tudo”



Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face nasceu em Alençon em 1873 e morreu em Lisieux em 1897.Teresinha desde cedo descobriu que a sua vocação na igreja seria o amor.Todos os gestos e sacrifícios do maior ao mais pequeno e insignificante oferecia-os a Jesus pela salvação das almas.Conseguiu algo que até então nunca ninguém tinha conseguido depois de muitas batalhas e de tantos nãos aos 15 anos conseguiu autorização do Papa, que permitiu que ela entrasse para o Carmelo com tão tenra idade.Os 9 anos que lá viveu até à sua morte aos 24 anos foram de total amor e entrega nas mãos de Jesus.Tinha um desejo ardente de ser missionária mas nunca lhe foi permitido partir, porque a sua saúde sempre foi muito frágil.Não o foi em vida, mas o seu desejo transformou-se em realidade depois da sua morte, e hoje em dia os seus restos mortais andam a correr e a abençoar o mundo por onde tem passado.Quem pôde estar junto a ela como eu estive no ano passado quando ela visitou Portugal, sabe quanta força e quanta paz emanam daquela urna que contem os seus restos mortais.O livro “História de uma alma” da sua autoria relata ao pormenor histórias deliciosas da vida desta Santa que soube compreender o que é verdadeiramente o amor, e o que é sentir-se amada por Jesus.O seu amor por Jesus era tão grande que ela quis percorrer na terra um “caminhinho” como ela lhe chamou, ou seja um pequeno caminho na terra até se unir definitivamente ao seu amado Jesus.Realmente o caminho foi pequeno, foram só 24 anos, mas não o foi no amor e na fé fervorosa a Jesus, porque foi suficiente para atingir a plena maturidade da fé.Tão grande foi a sua santidade que hoje em dia é considerada a maior Santa dos tempos modernos.Foi canonizada a 17 de Maio de 1925 e declarada padroeira das missões em 1927, é também padroeira secundária da França desde 1944, e a quando do centenário da sua morte em 1997 o Papa João Paulo II proclamou-a doutora da igreja.Dizia ela que a única magoa que tinha quando morresse era perder a fé, porque como ela dizia depois de morrer já não precisaria ter fé pois estaria face a face com Jesus, eu atrevo-me a dizer que para mim a minha maior magoa é saber que tanta gente morre sem nunca ter tido fé, e provavelmente perderão também a possibilidade de ver face a face o autor da fé.

Ao serviço da Palavra com toda a Igreja

Intenção de Bento XVI para Outubro lembra Sínodo dos Bispos e pede que se transmitam «com coragem as verdades da fé»

"Que o Sínodo dos Bispos ajude os pastores e os teólogos, os catequistas e os animadores comprometidos no serviço da Palavra de Deus a transmitir com coragem as verdades da fé, em comunhão com toda a Igreja" [Intenção do Papa para o mês de OUTUBRO]

1. O Sínodo dos Bispos

Surgido na sequência do Concílio Vaticano II, o Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa Paulo VI, através da Carta apostólica Apostolica sollicitudo, de 15 de Setembro de 1965. É uma expressão da unidade dos bispos com o Papa e da sua co-responsabilidade no governo da Igreja. Reúne representantes qualificados dos bispos de todo o mundo, sob a forma de Assembleia Geral (Ordinária ou Extraordinária), tratando de assuntos que dizem respeito à Igreja universal, ou em Assembleias Especiais, mais atentas às necessidades das Igrejas locais de um continente ou ampla região pastoral.

Durante este mês de Outubro, tem lugar a XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para debater «A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja». É um tema pleno de actualidade, porque as investigações históricas, literárias e teológicas dos últimos decénios em torno da Bíblica têm sido fonte de grandes avanços no conhecimento mais aprofundado dos textos bíblicos – e de teorias polémicas na interpretação dos mesmos, não raro ignorando a autoridade do magistério eclesial e lançando a confusão entre os crentes. O Sínodo, porém, mais do que atender a tais polémicas, tem como objectivo ajudar as comunidades cristãs e cada cristão a tomarem consciência da necessidade de amar e conhecer esta Palavra, por meio da qual Deus se revela na sua intimidade e conduz a humanidade nos caminhos da salvação.

2. Servir-se da Palavra...

Na Intenção que propõe ao Apostolado da Oração está patente a preocupação do Santo Padre quanto ao modo como os diversos membros da Igreja empenhados no serviço da Palavra de Deus (pastores, teólogos, catequistas, animadores...) assumem este serviço. Trata-se de uma preocupação compreensível, pois nem sempre tal serviço é assumido em Igreja e na Igreja. Assim tem acontecido, sobretudo por parte de estudiosos da Bíblia que, na sua investigação, se afastam do serviço à comunidade crente, na tentativa, bem intencionada, certamente, de tornar a Palavra de Deus mais aceitável ao espírito do tempo. Na maior parte dos casos, o resultado final é precisamente o contrário: uma erudição que abafa a originalidade da Palavra e acaba por torná-la simples palavra humana, historicamente datada e sem relevância para o contexto actual; noutros casos, a Palavra de Deus acaba a justificar opções ideológicas prévias, pouco ou nada respeitadoras da sua novidade.

3. Todos ao serviço da Palavra...

A atitude eclesial que o Sínodo dos Bispos pretende suscitar passa pelo serviço da Palavra de Deus, em Igreja. Todos podem e devem prestar este serviço: os estudiosos através da investigação cuidadosa e rigorosa, para ajudarem todo o povo de Deus a progredir no conhecimento da sua Palavra; os pastores da Igreja, anunciando a Palavra com vigor, explicando-a aos fiéis e convidando-os a caminhar na fidelidade aos seus ensinamentos; os catequistas, animando na descoberta das infindáveis riquezas da Palavra e testemunhando o seu poder para a transformação da vida pessoal e colectiva... e todos, em comunidade ou individualmente, dando testemunho diante do mundo de amor à Palavra de Deus, de alegria na sua escuta e, sobretudo, de adesão à mesma – que é adesão a Jesus Cristo – deixando-se converter e conduzir por ela.

4. Em comunhão com toda a Igreja

A adesão à Palavra de Deus não é uma iniciativa individual. A iniciativa é sempre de Deus – e o lugar da sua realização plena é a Igreja. Não há, por isso, conversão à Palavra que não seja também conversão à Igreja, à comunidade crente por meio da qual a Palavra chega até cada um de nós. E também por isso, não há verdadeira escuta da Palavra que não tenha uma dimensão de Igreja – mesmo quando a Palavra é lida e meditada na intimidade e na solidão. A Palavra recebe-se, não se inventa; é-nos dada, não é conquista nossa; é poder transformador de Deus, revestindo a fraqueza da nossa carne. A Palavra guia aquele que se deixa converter por ela para a verdade total, a verdade de Deus em Jesus Cristo. Esta verdade, porém, só é plenamente reconhecida na comunhão com toda a Igreja e só pode ser verdadeiramente vivida no seio de uma comunidade de fé – de outro modo, arrisca sempre a falsificação do amor próprio, o orgulho da auto-complacência, a mentira ideológica de quem se julga senhor da Palavra, em vez de se deixar julgar por ela.

Elias Couto

Igreja dedica mês às Missões

Outubro quer fazer da acção missionária uma «urgência e prioridade»
A Igreja Católica dedica no mês de Outubro uma particular atenção ao mundo missionário, desenvolvento nas suas comunidades uma série de actividades destinadas a promover a Missão como “urgência e prioridade»

Particularmente importante é o terceiro Domingo deste mês, em que se celebrará o 82º Dia Mundial das Missões, este ano sob o lema “Servos e apóstolos de Jesus Cristo", escolhido por Bento XVI.

O Papa aproveita a sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2008 para lançar um olhar preocupado sobre o panorama internacional: “Se por um lado mostra um grande desenvolvimento económico e social, por outro oferece-nos fortes preocupações sobre o futuro do próprio homem”.

Entre os males de hoje, aponta a violência; a pobreza; a discriminação e as perseguições por motivos raciais, culturais e religiosos; o progresso tecnológico, com fins diferentes da dignidade humana e o bem do homem; o uso indiscriminado de recursos.

Neste 82.º Dia Mundial das Missões, o Papa lembra que "o mandato missionário continua a ser uma prioridade absoluta para todos os baptizados, chamados a ser «servos e apóstolos de Cristo» neste início de milénio”.

“Enquanto permanece necessário e urgente a evangelização em muitas regiões do mundo, diminui o clero e faltam vocações. Factos que afligem hoje várias dioceses e institutos de vida consagrada. É importante confirmar que, na presença de crescentes dificuldades, o mandato de Cristo de evangelização, permanece como prioridade”, pode ler-se.

Nenhuma razão pode justificar uma “diminuição ou estagnação” nas missões, aponta Bento XVI. Anunciar o Evangelho, afirma o Papa, recordando as palavras de Paulo, “não é um peso, mas uma tarefa e uma alegria”.

Bento XVI pede aos religiosos e religiosas para levarem o “anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos que estão longe, com um testemunho coerente com Cristo e uma opção radical pelo Evangelho”. Aos leigos, pede “empenho no testemunho num areópago complexo e multiforme da evangelização: o mundo”.

Bento XVI lembra ainda o contributo que as Obras Missionárias Pontifícias (OMP) para as acções evangelizadoras da Igreja. O Papa convida a intensificar “sempre e mais a oração entre os cristãos, medida indispensável para difundir a luz de Cristo às pessoas”.

Portugal

São precisamente as OMP que, no nosso país, publicam o Guião para o Outubro Missionário 2008, procurando, entre outras, “promover, na Igreja e na sociedade em geral, a participação activa em acções e campanhas que visem a dignidade de todas as pessoas, a solidariedade para com os mais pobres, excluídos e injustiçados, e a proposta de causas a favor da justiça e da paz entre pessoas, grupos e nações”.

Após a vivência do Congresso Missionário Nacional, no passado mês de Setembro, “estamos em tempo de o celebrar e de viver as orientações que dali saíram para a Igreja portuguesa”, pode ler-se.

Este Guião (www.opf.pt/outubromissionario/index-outubro.html) apresenta reflexões para cada Semana e aposta na dimensão celebrativa: Leituras Dominicais, Vigília Missionária, Rosário Missionário, Via Sacra e Preces Diárias.

O Guião ‘Outubro Missionário’ deste ano quis lançar um olhar especial para as questões de ‘Justiça e Paz’, colocando nas páginas centrais um texto que explica o trabalho da Antena Portuguesa da Rede ‘Fé e Justiça África-Europa’.

Procurou, igualmente, valorizar a experiência que um padre diocesano está a realizar por terras de Cabo Verde. “Não é original, mas continua a ser profundamente simbólica e provocadora para a Igreja em Portugal”, indicam as OMP.

Do recente Congresso Missionário saiu a o desafio para que “cada Igreja Local incentive a criação de estruturas e dinâmicas que demonstrem a consciência e urgência do anúncio do Evangelho: Secretariado Diocesano Missionário, grupos missionários paroquiais, semanas de animação missionária, geminações, voluntariado, sacerdotes ‘fidei Donum’, institutos de vida consagrada”.