sexta-feira, 28 de novembro de 2008

30-11-2008 - Domingo I do Advento

 

Vigiai, porque não sabeis quando virá o dono da casa

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!» (Mc 13, 33-37)

                                              I-A

O Senhor Jesus já veio! Após um longo período de preparação, durante o qual os profetas mantiveram viva a esperança dos homens na promessa divina de um Salvador, nasceu em Belém. Com o Seu nascimento, é comunicada à humanidade uma vida nova, que cresce no coração dos cristãos, se manifesta na caridade e atingirá a sua plenitude, quando da Sua vinda gloriosa, no fim dos tempos.
Entretanto, é hoje que a igreja vive a vinda de Cristo. Na verdade, o Senhor vem cada dia, vem sem cessar, na medida em que, pelos cristãos, Se torna presente na história dos homens, para abrir os caminhos da unidade, da felicidade e da paz.
Viver o Advento é iluminar a nossa existência com a fé, é transformar as nossas vidas, num esforço de conversão, para acolhermos o Salvador e para ajudarmos todos os nossos irmãos a acolhê-l’O connosco.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

23-11-2008 - Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

 

Sentar-Se-á no seu trono glorioso e separará uns dos outros

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do Homem vier na sua glória, com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai: recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me”. Então os justos Lhe dirão: “Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?” E o Rei, responderá: “Em verdade, em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmão mais pequeninos, a Mim o fizestes”. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: “Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar”. Então, também eles Lhe hão-de perguntar: “Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?” E Ele lhes responderá: “Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmão mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer”. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna». (Mt 25, 31-46)

                                            domingo

 

Nesse último domingo do Ano Litúrgico, comemoramos a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo. Esta festa, criada pelo Papa Pio XI, em 1925, suscitou de início espanto e até objecções. Seria oportuno reivindicar a Cristo esse título, no momento em que desapareciam as monarquias? A palavra REI faz-nos pensar em poder, riqueza, luxo… Que tipo de Rei é esse? Que tipo de Reinado ele nos propõe?

As leituras bíblicas apresentam TRÊS ASPECTOS da Realeza de Cristo:
A 1.ª Leitura mostra esse Rei como um PASTOR, totalmente dedicado ao bem de suas ovelhas.
A 2.ª Leitura evidencia o seu PODER SOBERANO sobre o pecado e a morte.
O Evangelho aponta que Cristo será um dia um REI-JUIZ.

 

A cena do juízo final não é uma descrição fotográfica do que vai acontecer no final dos tempos. Ela revela-nos que o amor é uma condição essencial para fazer parte do Reino. Quem ama não terá que temer o juízo de Cristo, Rei do Amor.

O Reino de Deus é uma semente que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história através do amor e que terá o seu tempo definitivo, no mundo que há-de vir. No entanto, esse Reino já está no meio de nós. E Jesus convida-nos a fazer parte desse Reino e a trabalhar para que esse Reino chegue ao coração de todos os homens.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

16-11-2008 - Domingo XXXIII do Tempo Comum

 

Porque foste fiel em coisas pequenas, vem tomar parte na alegria do teu Senhor

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. Muito tempo depois, chegou o Senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: “Senhor, entregaste-me cinco talentos, aqui estão outros cinco que eu ganhei”. Respondeu-lhe o Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu Senhor”». Mt 25, 14-15.19-21)

  

                                               XXXIII-TC

 

A Parábola refere-se à Vinda do Senhor Jesus, no final dos tempos.
O Homem rico representa Cristo, que antes de deixar este mundo, para viajar de volta ao Pai, deixou todos os seus “bens” aos discípulos.
Os Talentos são os bens que Jesus deixou para a sua Igreja: o Evangelho, a sua mensagem de salvação; o Baptismo, a Eucaristia e todos os sacramentos; o seu amor pelos pobres, a sua atenção para os doentes...
Os Servos, depositários desses bens, são os discípulos de Jesus, somos todos nós; somos agora no mundo as testemunhas de Cristo e do projecto de salvação que o Pai tem para os homens.
Nós, cristãos, temos a grande responsabilidade de O testemunhar:
- é com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e os pecadores do nosso tempo;
- é com as nossas palavras que Jesus continua a consolar os que estão tristes e desanimados;
- é com os nossos braços abertos que Jesus continua a acolher os imigrantes que fogem da miséria e da degradação;
- é com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias que prendem os escravizados e oprimidos;
- é com os nossos pés que Jesus continua a ir ao encontro de cada irmão que está sozinho e abandonado;
- é com a nossa solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões famintas do mundo e a dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mensagem do Bispo da Guarda para a Semana dos Seminários

Está a decorrer, até ao próximo domingo, 16 de Novembro, a Semana dos Seminários. Em mensagem enviada à Diocese, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, escreve: “Estamos a viver a semana Nacional dos Seminários.

O Seminário é sempre a realidade mais próxima do coração da Igreja e em particular de cada Diocese, pois é nele que são preparados aqueles que, pela Ordenação Sacerdotal, também ficarão mais comprometidos com o Coração de Cristo para lhe darem a visibilidade de único Bom Pastor à frente da Sua Igreja.

Na nossa Diocese, por graça de Deus, temos o Seminário Menor sediado no Fundão, este ano com 10 alunos distribuídos pelos 7º, 8º, 9º e 10º anos de escolaridade. Este é o segundo ano consecutivo em que o Seminário Menor do Fundão não tem escola própria, aproveitando os serviços do Colégio de Nossa Senhora dos Remédios do Tortosendo para a leccionação do ensino básico e secundário aos seus alunos. No Seminário Maior temos 18 alunos. Os alunos de Teologia, em número de 13, frequentam o Instituto Superior de Teologia sediado em Viseu, já desde o ano de 1998. Temos ainda o Pré-Seminário ou Seminário em Família. Esse pretende, em colaboração com os Párocos e as Paróquias, por um lado, sensibilizar os jovens para a vocação sacerdotal, por outro lado, ter um conjunto de jovens inscritos para participarem em acções específicas programadas, como convívios, formações e retiros e ainda fazer acompanhamento personalizado aos que se dispõem a entrar no Seminário.

As instalações do nosso Seminário Maior foram já adaptadas para conjuntamente servirem os alunos que frequentam o Curso de Teologia e também acções de formação promovidas para leigos e organizações diocesanas. Tem também uma parte do seu espaço físico destinada a Residência Sacerdotal. Esperamos, como já foi anunciado à Diocese, preparar também as instalações do Seminário Menor do Fundão de tal maneira que nelas haja espaços próprios para os alunos do Seminário Menor, cuja Escola continuará a ser o Colégio de Nossa Senhora dos Remédios do Tortosendo e espaços para nele funcionar um Centro Pastoral para a Zona Sul da Diocese, tendo em conta sobretudo as acções de formação que temos de desenvolver destinadas aos leigos e estruturas eclesiais das paróquias dessa zona.

Esperamos continuar a contar com a melhor compreensão e ajuda de todos para fazer andar estes projectos dos quais depende, em grande medida, o futuro da nossa Diocese, com suas paróquias e outras estruturas pastorais”.

domingo, 9 de novembro de 2008

Diocese vive Semana dos Seminários

De 9 a 16 de Novembro
Decorre, a partir de domingo, dia 9 e até ao dia 16 de Novembro, a Semana dos Seminários. Este ano é subordinada ao tema: “Semear com generosidade para recolher com abundância”.
Tendo em vista a preparação da Semana dos Seminários, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda escreve: “Dirijo-me a toda a nossa Diocese, a começar pelos Rev.dos Sacerdotes, mas também Diáconos Permanentes, Comunidades Religiosas e Leigos consagrados no meio do mundo, aos leigos em geral e às Famílias, às Paróquias, com seus catequistas e outros serviços ecelsiais. A todos convido para fazerem oração por esta intenção, mas também a dirigirem, em tempo oportuno, o convite directo àqueles que nos parecem reunir condições e fazer o seu encaminhamento para algum dos nossos Seminários ou Pré-Seminário. Sei de várias Paróquias na nossa Diocese onde há grupos de leigos e famílias que, em relação com o Pré-Seminário, organizam tempos fortes de oração, principalmente de adoração eucarística, com regularidade, pelas vocações sacerdotais e procuram acompanhar e encaminhar aqueles que manifestam desejo de entrar no Seminário. Graças a Deus que vão chegando candidatos, indicados principalmente pelos nossos Sacerdotes, quer ao Pré-Seminário, quer ao Seminário Menor, quer ao Seminário Maior.
Temos de continuar a semear com generosidade para termos os padres necessários à nossa Igreja Diocesana e queira Deus que também para partilhar com outras Dioceses, como acontecia, com frequência, num passado recente”.
O ofertório das Missas do dia 16 de Novembro reverte a favor dos Seminários da Diocesanos.

Semana dos Seminários

A Igreja dedica esta semana aos Seminários. Até ao dia 16 de Novembro, os cristãos são convidados a olhar a vocação sacerdotal como um «campo a semear e barco de amarras soltas», assim escreve D. António Francisco dos Santos, na mensagem para semana dos Seminários.
“São múltiplos os gestos e eloquentes os sinais que creditam e revelam a atenção e o carinho da Igreja, das comunidades, das famílias e das pessoas para com os Seminários e nos dizem que devemos ter um olhar de esperança em relação ao seu futuro e à sua imprescindível missão”, aponta o também Bispo de Aveiro na mensagem da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para esta semana.

“A mudança cultural a que assistimos e na qual queremos participar de forma consciente e lúcida, diz-nos que estamos a viver na aurora de uma nova época”. D. António aponta que “os novos tempos exigem passos novos e gestos proféticos”.

“Os Seminários precisam de estabilidade na missão e merecem de cada um de nós e de toda a Igreja afecto, oração, comunhão e generosidade”.

O Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios escreve que a vocação “é uma viagem, única e irrepetível”. “O Seminário é experiência, tempo e lugar de viagem de quem acredita e escuta a voz de Deus”, e este ligar constitui, “no coração da Igreja, o retomar constante da experiência pedagógica e espiritual da viagem vocacional e da aprendizagem da missão”.

D. António Francisco dos Santos afirma que a semana dos seminários que agora se abre, “insere-se no horizonte de esperança”, onde toda a Igreja é chamada a colaborar.

D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, escreveu à igreja diocesana convidando todos a rezar e “a quem pareça reunir condições, fazer o convite directo para fazer o seu encaminhamento para algum dos nossos Seminários ou Pré-Seminário”. O Bispo dá conta de grupos de leigos e famílias, na diocese, que organizam tempos fortes de oração, com regularidade, pelas vocações sacerdotais e procuram acompanhar e encaminhar aqueles que manifestam desejo de entrar no Seminário.

Na Guarda, o ofertório das eucaristias no dia 16 de Novembro reverte a favor dos Seminários da Diocesanos.

Em Coimbra, na próxima Quinta-feira, dia 13, pelas 21.30 horas, terá lugar no Seminário Maior de Coimbra, uma Vigília de Oração.

No Funchal, está previsto, dia 8 de Novembro, um encontro vocacional do Pré-Seminário, sob o tema «A vocação de Abraão». Dia 11, será celebrada uma eucaristia no Seminário na Paróquia dos Álamos seguida de Adoração ao Santíssimo Sacramento. Dia 14, está marcada uma eucaristia no Seminário na Paróquia do Curral das Freiras seguido de Magusto do Seminário. Dia 15 está agendada recolecção dos Seminaristas e formação para a Lectio Divina, para além de um momento de oração animado pelos Seminários. Ainda neste dia, celebra-se eucaristia no Seminário na Paróquia de São Francisco Xavier na Calheta, onde haverá também testemunhos vocacionais. Programa igual recebe o Seminário na Paróquia do Loreto nesse mesmo dia. Dia 16 encontra-se a equipa formadora, pais e seminaristas no Seminário de Nossa Senhora de Fátima.

D. Manuel Clemente, bispo do Porto pede, nesta semana que em todas as paróquias se reze diariamente pelos seminários. “Que se organize pela Diocese um Lausperene pelos Sacerdotes e pelos Seminários; que se apoiem materialmente estas Casas, para que disponham das condições necessárias à formação dos candidatos; que se reconheça e estimule o trabalho dos formadores, só possível com a oração e o carinho dos crentes”.

A Diocese do Porto tem com o Seminário do Bom Pastor (Ermesinde), o Seminário de Nossa Senhora da Conceição (Sé) e o Seminário de Santa Teresa do Menino Jesus (agora a começar e ligado ao Caminho Neo-Catecumenal). “São mais de 60 os seminaristas no conjunto dos três. Temos também outras Casas de formação sacerdotal, ligadas aos Institutos Religiosos”.


Mais a Sul, em Lisboa, os seminários da Diocese vão abrir as suas portas, no dia 16 de Novembro, proporcionando um contacto próximo para quem desejar conhecer melhor esta casa. Penafirme, Caparide, Olivais e Redemptoris Mater vão organizar, em conjunto, uma tarde de reflexão e oração no Seminário dos Olivais, com a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Caritas abriu Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes na Guarda

A Caritas Diocesana da Guarda inaugurou na Terça-feira, 7 de Outubro, um Centro Local de Apoio e Integração de Imigrantes (CLAII), numa cerimónia presidida pela Alta Comissária para a Imigração e Minorias Étnicas, Rosário Farmhouse. O CLAII da Guarda, o 78º que abriu as portas a nível nacional, irá funcionar nas instalações da Caritas Diocesana da Guarda, sendo assegurado por duas técnicas da instituição que receberam formação específica para esse efeito.

Por aquilo que foi referido, o CLAII é um espaço descentralizado, ligado ao ACIDI - Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, "que pretende dar respostas locais articuladas ao nível das necessidades de acolhimento e integração das comunidades imigrantes da região da Guarda".

O gabinete funcionará com duas mediadoras, responsáveis pelo atendimento aos imigrantes, que prestarão apoio em áreas como enquadramento legal, reagrupamento familiar, acesso à saúde, acesso à educação, reconhecimento de habilitações e competências, meios jurídicos de combate ao racismo e à xenofobia.

A Alta Comissária para a Imigração e Minorias Étnicas, Rosário Farmhouse, afirmou na altura que a Caritas da Guarda reúne "todas as condições para ser uma resposta de excelência para os imigrantes" que vierem a fixar-se na região.

A presidente da direcção da Caritas, Isabel Varandas, recordou que a inauguração deste espaço, criado no âmbito de um protocolo celebrado com o ACIDI significa "o concretizar de um sonho há muito acalentado". Recordou que a partir de 2000, a instituição que dirige começou a apoiar imigrantes, em maior número vindos de países de Leste, a quem foram atribuídos "géneros alimentares, vestuário, ajuda na procura de emprego e aulas de Português"

No Distrito da Guarda, residem actualmente 4423 estrangeiros, em situação legal, de 75 nacionalidades, segundo referiu Manuel Alves, responsável pela Delegação da Guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. "São muitas nacionalidades que é preciso integrar", observou o responsável, acrescentando que, no caso da Guarda, "nota-se que há uma integração efectiva, porque não há problemas".

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sínodo com novidades


253 delegados tomam parte, de 5 a 26 de Outubro, na XII Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com mais tempo para intervenções livres e várias novidades de vulto.

O tema desta reunião magna dos episcopados mundiais, escolhido por Bento XVI, será “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”.
Em conferência de imprensa realizada esta Sexta-feira, no Vaticano, o secretário-geral do Sínodo, D. Nikola Eterović, destacou a importância da “discussão livre” neste encontro. O espaço para este debate acontece entre as 18h00 e as 19h00 de cada dia de trabalhos (hora local, menos uma em Lisboa).
Portugal terá como delegados D. Anacleto de Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa, e D. António Bessa Taipa, Bispo Auxiliar do Porto.
Cada padre sinodal terá à sua disposição cinco minutos para a sua “intervenção oficial”. Logo a 6 de Outubro, haverá momentos livres de debate após cinco relações, de 10 minutos cada, sobre a forma como cada continente acolhe a Bíblia.

Esta novidade metodológica permitirá ter informações “mais precisas” sobre a realidade da Igreja nos quatro cantos do mundo.
Neste Sínodo tomam parte, além dos 253 delegados – 51 de África, 62 da América, 42 da Ásia, 90 da Europa e 9 da Oceânia – 41 peritos (de 23 países), 37 auditores (de 26 países) e representantes de 10 Igrejas e comunidades eclesiais não católicas.

Entre as novidades desta assembleia sinodal, destaca-se a presença de 25 mulheres (6 peritas, 19 auditoras).
Facto histórico é a intervenção, prevista para 6 de Outubro, do Rabino Yashyv Cohen, que irá falar da forma como o povo judaico lê e interpreta a Escritura, em grande parte partilhada pela Igreja. Será a primeira vez que um não cristão toma a palavra num Sínodo dos Bispos.

No dia 18 de Outubro, Sábado, terá lugar uma cerimónia ecuménica, presidida pelo Papa Bento XVI e o Patriarca de Constantinopla (Ortodoxo), Bartolomeu I que, num gesto também inédito, se irá dirigir aos padres sinodais.

O Papa irá presidir, durante o Sínodo, a quatro celebrações eucarísticas, a primeira logo no Domingo, 5 de Outubro, na Basílica de São Paulo fora de muros – a primeira vez que um Sínodo dos Bispos sai da Basílica de São Pedro, como forma de assinalar o Ano Paulino.

A cerimónia conclusiva acontece a 26 de Outubro. Antes, Bento XVI preside à canonização de quatro beatos, a 12 de Outubro, e três dias antes, à Missa que assinala o 50.º aniversário da morte de Pio XII

D. Nikola Eterović explicou ainda que a presença de Bispos chineses se limita aos de Hong Kong e Macau porque “não foi possível chegar a um acordo com as autoridades” da China continental.


Bento XVI reafirma posições da Igreja sobre contracepção

Papa escreve mensagem pelos 40 anos da «Humanae Vitae»

Bento XVI reafirmou a oposição da Igreja Católica a métodos artificiais de contracepção, defendendo que “uma acção destinada a impedir a procriação significa negar a verdade íntima do amor conjugal”.

O Papa escreveu uma mensagem dirigida aos participantes no Congresso Internacional "«Humanae vitae»: actualidade e profecia de uma encíclica”, nos 40 anos da célebre encíclica de Paulo VI. A iniciativa é organizada conjuntamente pelo Instituto Pontifício “João Paulo II” para os estudos sobre o matrimónio e a família e a Universidade Católica do Sagrado Coração.

Segundo o actual Papa, o núcleo do ensinamento dos seus predecessores está no facto de se estabelecerem limites à “possibilidade de domínio do homem sobre o seu próprio corpo e as suas funções”.

Na mensagem admite-se que possam existir “circunstâncias graves” que levem a adiar o nascimento de filhos, mas para Bento XVI é fundamental que essa opção se realize no respeito pelos “ritmos naturais de fertilidade da mulher”, procurando assim não “perturbar o significado íntegro da doação sexual”.

“Obviamente, isto requer uma maturidade no amor, que não é imediata, mas comporta um diálogo e uma escuta recíprocas e um domínio singular do impulso sexual num caminho de crescimento na virtude”, escreve o Papa.

Bento XVI refere também que “muitos fiéis têm dificuldade em compreender a mensagem da Igreja”, afirmando que “a solução técnica parece, também nas grandes questões humanas, parece ser a mais fácil, mas esconde a questão de fundo, que diz respeito ao sentido da sexualidade humana”.

“A técnica não pode substituir o amadurecimento da liberdade, quando está em jogo o amor”, assinala, para escrever mais à frente que “é necessário que seja o coração a ver”.

Para o Papa, “o serviço que a Igreja oferece na sua pastoral matrimonial e familiar deverá saber orientar os casais para compreenderem o maravilhoso desígnio que Deus inscreveu no corpo humano, ajudando-os a acolher aquilo que comporta um verdadeiro caminho de amadurecimento”.

05-10-2008 - Domingo XXVII do Tempo Comum

“Arrendará a vinha a outros vinhateiros”

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros, para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram-no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros. E eles trataram-nos do mesmo modo. Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, dizendo: “Respeitarão o meu filho.” Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: “Este é o herdeiro; matemo-lo e ficaremos com a sua herança.” E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» Eles responderam: «Mandará matar sem piedade esses malvados, e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a seu tempo». Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na escritura: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos”? Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos». (Mt 21, 33-43)








Estamos no mês de Outubro, dedicado ao Rosário e às Missões.A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito do Antigo Testamento, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.


Na 1.ª Leitura, encontramos o "Cântico da Vinha", um lindo poema composto pelo profeta Isaías, talvez a partir de uma canção de vindima: um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários. O sonho dele era a colheita dos frutos do seu trabalho... Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas...

No Evangelho, Jesus retoma o poema de Isaías e desenvolve-o. A parábola ilustra a recusa de Israel em aceitar o projecto de salvação, que Deus oferece aos homens através de Jesus Cristo: o dono é o Senhor, que manifestou muito amor pela sua vinha; os vinhateiros são os chefes de Israel; os enviados são os profetas; o filho do dono, o próprio Cristo, filho de Deus. Jesus anuncia que a "vinha" vai ser retirada e vai ser confiada a trabalhadores que produzam e entreguem a Deus os frutos que ele espera. O Povo tenta prender Jesus, pois percebe que a Parábola se refere a ele.

Nós somos os trabalhadores da vinha que devem produzir frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.Neste mês de Outubro, dedicado ao Rosário e às Missões, a Igreja convoca-nos à promoção e defesa da Paz.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ORAÇÃO MISSIONÁRIA

Espírito Santo,
que desceste sobre os Apóstolos e os fizeste anunciadores do Evangelho:

derrama os teus dons sobre cada um de nós e torna-nos sensíveis aos apelos e às necessidades dos nossos irmãos;
desperta em muitos corações (crianças, jovens e adultos...) o ideal missionário;
dá força e coragem a todos quantos se entregam totalmente ao serviço da MISSÃO.
Amen

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS, Padroeira das Missões

“Não quero ser Santa pela metade, escolho tudo”



Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face nasceu em Alençon em 1873 e morreu em Lisieux em 1897.Teresinha desde cedo descobriu que a sua vocação na igreja seria o amor.Todos os gestos e sacrifícios do maior ao mais pequeno e insignificante oferecia-os a Jesus pela salvação das almas.Conseguiu algo que até então nunca ninguém tinha conseguido depois de muitas batalhas e de tantos nãos aos 15 anos conseguiu autorização do Papa, que permitiu que ela entrasse para o Carmelo com tão tenra idade.Os 9 anos que lá viveu até à sua morte aos 24 anos foram de total amor e entrega nas mãos de Jesus.Tinha um desejo ardente de ser missionária mas nunca lhe foi permitido partir, porque a sua saúde sempre foi muito frágil.Não o foi em vida, mas o seu desejo transformou-se em realidade depois da sua morte, e hoje em dia os seus restos mortais andam a correr e a abençoar o mundo por onde tem passado.Quem pôde estar junto a ela como eu estive no ano passado quando ela visitou Portugal, sabe quanta força e quanta paz emanam daquela urna que contem os seus restos mortais.O livro “História de uma alma” da sua autoria relata ao pormenor histórias deliciosas da vida desta Santa que soube compreender o que é verdadeiramente o amor, e o que é sentir-se amada por Jesus.O seu amor por Jesus era tão grande que ela quis percorrer na terra um “caminhinho” como ela lhe chamou, ou seja um pequeno caminho na terra até se unir definitivamente ao seu amado Jesus.Realmente o caminho foi pequeno, foram só 24 anos, mas não o foi no amor e na fé fervorosa a Jesus, porque foi suficiente para atingir a plena maturidade da fé.Tão grande foi a sua santidade que hoje em dia é considerada a maior Santa dos tempos modernos.Foi canonizada a 17 de Maio de 1925 e declarada padroeira das missões em 1927, é também padroeira secundária da França desde 1944, e a quando do centenário da sua morte em 1997 o Papa João Paulo II proclamou-a doutora da igreja.Dizia ela que a única magoa que tinha quando morresse era perder a fé, porque como ela dizia depois de morrer já não precisaria ter fé pois estaria face a face com Jesus, eu atrevo-me a dizer que para mim a minha maior magoa é saber que tanta gente morre sem nunca ter tido fé, e provavelmente perderão também a possibilidade de ver face a face o autor da fé.

Ao serviço da Palavra com toda a Igreja

Intenção de Bento XVI para Outubro lembra Sínodo dos Bispos e pede que se transmitam «com coragem as verdades da fé»

"Que o Sínodo dos Bispos ajude os pastores e os teólogos, os catequistas e os animadores comprometidos no serviço da Palavra de Deus a transmitir com coragem as verdades da fé, em comunhão com toda a Igreja" [Intenção do Papa para o mês de OUTUBRO]

1. O Sínodo dos Bispos

Surgido na sequência do Concílio Vaticano II, o Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa Paulo VI, através da Carta apostólica Apostolica sollicitudo, de 15 de Setembro de 1965. É uma expressão da unidade dos bispos com o Papa e da sua co-responsabilidade no governo da Igreja. Reúne representantes qualificados dos bispos de todo o mundo, sob a forma de Assembleia Geral (Ordinária ou Extraordinária), tratando de assuntos que dizem respeito à Igreja universal, ou em Assembleias Especiais, mais atentas às necessidades das Igrejas locais de um continente ou ampla região pastoral.

Durante este mês de Outubro, tem lugar a XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para debater «A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja». É um tema pleno de actualidade, porque as investigações históricas, literárias e teológicas dos últimos decénios em torno da Bíblica têm sido fonte de grandes avanços no conhecimento mais aprofundado dos textos bíblicos – e de teorias polémicas na interpretação dos mesmos, não raro ignorando a autoridade do magistério eclesial e lançando a confusão entre os crentes. O Sínodo, porém, mais do que atender a tais polémicas, tem como objectivo ajudar as comunidades cristãs e cada cristão a tomarem consciência da necessidade de amar e conhecer esta Palavra, por meio da qual Deus se revela na sua intimidade e conduz a humanidade nos caminhos da salvação.

2. Servir-se da Palavra...

Na Intenção que propõe ao Apostolado da Oração está patente a preocupação do Santo Padre quanto ao modo como os diversos membros da Igreja empenhados no serviço da Palavra de Deus (pastores, teólogos, catequistas, animadores...) assumem este serviço. Trata-se de uma preocupação compreensível, pois nem sempre tal serviço é assumido em Igreja e na Igreja. Assim tem acontecido, sobretudo por parte de estudiosos da Bíblia que, na sua investigação, se afastam do serviço à comunidade crente, na tentativa, bem intencionada, certamente, de tornar a Palavra de Deus mais aceitável ao espírito do tempo. Na maior parte dos casos, o resultado final é precisamente o contrário: uma erudição que abafa a originalidade da Palavra e acaba por torná-la simples palavra humana, historicamente datada e sem relevância para o contexto actual; noutros casos, a Palavra de Deus acaba a justificar opções ideológicas prévias, pouco ou nada respeitadoras da sua novidade.

3. Todos ao serviço da Palavra...

A atitude eclesial que o Sínodo dos Bispos pretende suscitar passa pelo serviço da Palavra de Deus, em Igreja. Todos podem e devem prestar este serviço: os estudiosos através da investigação cuidadosa e rigorosa, para ajudarem todo o povo de Deus a progredir no conhecimento da sua Palavra; os pastores da Igreja, anunciando a Palavra com vigor, explicando-a aos fiéis e convidando-os a caminhar na fidelidade aos seus ensinamentos; os catequistas, animando na descoberta das infindáveis riquezas da Palavra e testemunhando o seu poder para a transformação da vida pessoal e colectiva... e todos, em comunidade ou individualmente, dando testemunho diante do mundo de amor à Palavra de Deus, de alegria na sua escuta e, sobretudo, de adesão à mesma – que é adesão a Jesus Cristo – deixando-se converter e conduzir por ela.

4. Em comunhão com toda a Igreja

A adesão à Palavra de Deus não é uma iniciativa individual. A iniciativa é sempre de Deus – e o lugar da sua realização plena é a Igreja. Não há, por isso, conversão à Palavra que não seja também conversão à Igreja, à comunidade crente por meio da qual a Palavra chega até cada um de nós. E também por isso, não há verdadeira escuta da Palavra que não tenha uma dimensão de Igreja – mesmo quando a Palavra é lida e meditada na intimidade e na solidão. A Palavra recebe-se, não se inventa; é-nos dada, não é conquista nossa; é poder transformador de Deus, revestindo a fraqueza da nossa carne. A Palavra guia aquele que se deixa converter por ela para a verdade total, a verdade de Deus em Jesus Cristo. Esta verdade, porém, só é plenamente reconhecida na comunhão com toda a Igreja e só pode ser verdadeiramente vivida no seio de uma comunidade de fé – de outro modo, arrisca sempre a falsificação do amor próprio, o orgulho da auto-complacência, a mentira ideológica de quem se julga senhor da Palavra, em vez de se deixar julgar por ela.

Elias Couto

Igreja dedica mês às Missões

Outubro quer fazer da acção missionária uma «urgência e prioridade»
A Igreja Católica dedica no mês de Outubro uma particular atenção ao mundo missionário, desenvolvento nas suas comunidades uma série de actividades destinadas a promover a Missão como “urgência e prioridade»

Particularmente importante é o terceiro Domingo deste mês, em que se celebrará o 82º Dia Mundial das Missões, este ano sob o lema “Servos e apóstolos de Jesus Cristo", escolhido por Bento XVI.

O Papa aproveita a sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2008 para lançar um olhar preocupado sobre o panorama internacional: “Se por um lado mostra um grande desenvolvimento económico e social, por outro oferece-nos fortes preocupações sobre o futuro do próprio homem”.

Entre os males de hoje, aponta a violência; a pobreza; a discriminação e as perseguições por motivos raciais, culturais e religiosos; o progresso tecnológico, com fins diferentes da dignidade humana e o bem do homem; o uso indiscriminado de recursos.

Neste 82.º Dia Mundial das Missões, o Papa lembra que "o mandato missionário continua a ser uma prioridade absoluta para todos os baptizados, chamados a ser «servos e apóstolos de Cristo» neste início de milénio”.

“Enquanto permanece necessário e urgente a evangelização em muitas regiões do mundo, diminui o clero e faltam vocações. Factos que afligem hoje várias dioceses e institutos de vida consagrada. É importante confirmar que, na presença de crescentes dificuldades, o mandato de Cristo de evangelização, permanece como prioridade”, pode ler-se.

Nenhuma razão pode justificar uma “diminuição ou estagnação” nas missões, aponta Bento XVI. Anunciar o Evangelho, afirma o Papa, recordando as palavras de Paulo, “não é um peso, mas uma tarefa e uma alegria”.

Bento XVI pede aos religiosos e religiosas para levarem o “anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos que estão longe, com um testemunho coerente com Cristo e uma opção radical pelo Evangelho”. Aos leigos, pede “empenho no testemunho num areópago complexo e multiforme da evangelização: o mundo”.

Bento XVI lembra ainda o contributo que as Obras Missionárias Pontifícias (OMP) para as acções evangelizadoras da Igreja. O Papa convida a intensificar “sempre e mais a oração entre os cristãos, medida indispensável para difundir a luz de Cristo às pessoas”.

Portugal

São precisamente as OMP que, no nosso país, publicam o Guião para o Outubro Missionário 2008, procurando, entre outras, “promover, na Igreja e na sociedade em geral, a participação activa em acções e campanhas que visem a dignidade de todas as pessoas, a solidariedade para com os mais pobres, excluídos e injustiçados, e a proposta de causas a favor da justiça e da paz entre pessoas, grupos e nações”.

Após a vivência do Congresso Missionário Nacional, no passado mês de Setembro, “estamos em tempo de o celebrar e de viver as orientações que dali saíram para a Igreja portuguesa”, pode ler-se.

Este Guião (www.opf.pt/outubromissionario/index-outubro.html) apresenta reflexões para cada Semana e aposta na dimensão celebrativa: Leituras Dominicais, Vigília Missionária, Rosário Missionário, Via Sacra e Preces Diárias.

O Guião ‘Outubro Missionário’ deste ano quis lançar um olhar especial para as questões de ‘Justiça e Paz’, colocando nas páginas centrais um texto que explica o trabalho da Antena Portuguesa da Rede ‘Fé e Justiça África-Europa’.

Procurou, igualmente, valorizar a experiência que um padre diocesano está a realizar por terras de Cabo Verde. “Não é original, mas continua a ser profundamente simbólica e provocadora para a Igreja em Portugal”, indicam as OMP.

Do recente Congresso Missionário saiu a o desafio para que “cada Igreja Local incentive a criação de estruturas e dinâmicas que demonstrem a consciência e urgência do anúncio do Evangelho: Secretariado Diocesano Missionário, grupos missionários paroquiais, semanas de animação missionária, geminações, voluntariado, sacerdotes ‘fidei Donum’, institutos de vida consagrada”.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

28-09-2008 - Domingo XXVI do Tempo Comum



Arrependeu-se e foi

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: “Filho, vai hoje trabalhar na vinha”. Mas ele respondeu-lhe: “Não quero”. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: “Eu vou, Senhor”. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Eles responderam-lhe: «O primeiro». Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem ouvistes, não vos arrependestes, acreditando nele». (Mt 21, 28-32)









O nosso SIM à Palavra de Deus



Vimos já que todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor.E qual pode ser a nossa resposta a esse chamado?A Parábola termina com uma pergunta: "Qual dos dois fez a vontade do Pai?"A resposta é clara: Não quem DISSE SIM, mas quem FEZ a vontade do Pai.

A Parábola tinha endereço certo, pois os dois filhos representam dois grupos do tempo de Jesus: os "pecadores inveterados" e os "justos estabelecidos".Os judeus eram os "justos estabelecidos", fiéis praticantes da Lei, que há séculos tinham dito o seu SIM a Deus pela Aliança e que agora rejeitavam o Cristo.Os "pecadores inveterados" eram os cobradores de impostos e as prostitutas, que por muito tempo disseram NÃO à vontade de Deus expressa na lei, mas agora acabavam por dizer o seu SIM ao apelo de Jesus e entravam no Reino, seguindo a proposta de Jesus.

O que esta parábola quer dizer hoje para nós?

Todos são chamados a trabalhar na vinha do Pai. Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro, mais fraterno.Diante da chamada de Deus, há dois tipos de resposta: os que a escutam, mas não vão trabalhar na vinha; os que acolhem a chamada de Deus e respondem de forma generosa.

De que lado estamos nós?

No Baptismo, dissemos SIM, mas depois, na vida concreta, talvez tenhamos transformado o nosso SIM em muitos NÃO.Outros, talvez nunca tenham dito um SIM explícito para Deus, mas, na prática de cada dia, amam o irmão, sacrificam-se pelos outros, executam muitas obras de caridade. Estes, ainda que não baptizados, são verdadeiros Filhos de Deus.

A qual grupo pertencemos?

Ao primeiro?
Ao segundo?
Ou, quem sabe, um pouco de cada?
Melhor seria que fôssemos como o 3.º filho (que não está na parábola): aquele que diz SIM e vai mesmo!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Imagem Peregrina de N.ª Sr.ª de Fátima Visitou a Paróquia de Almendra

Nos dias 22 e 23 de Agosto, a paróquia de Almendra recebeu a Imagem Peregrina de N.ª Sr.ª de Fátima.
As ruas estavam muito bonitas com passadeiras e colchas, as pessoas colaboraram muito e esfo rçaram-se para receber a Mãe de Jesus e nossa Mãe.
A todos os Almendrenses um muito obrigado, e que nossa Senhora de Fátima os abençoe, e que abençoe a nossa Paróquia .
Para que possamos recordar esses bons momentos da visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima a Almendra, aqui ficam disponiveis as fotos,a quem agradeço um muito obrigado do fundo do coração a uma pessoa que me as enviou.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A actualidade de D. João de Oliveira Matos e Monsenhor Joaquim Alves Brás

“Actualidade de D. João de Oliveira Matos e Monsenhor Joaquim Alves Brás” é o tema das Jornadas Diocesanas de Pastoral, marcadas para 26 e 27 de Setembro, no Centro Apostólico, na Guarda. O evento pretende mostrar a actualidade da mensagem de D. João Oliveira matos e Monsenhor Joaquim Alves Brás e apontar desafios pastorais que dos respectivos carismas se colocam à Igreja Diocesana e às comunidades cristãs.
O Programa começa, no dia 26, às 9.30 horas, com o acolhimento e oração de Laudes. A sessão de abertura está anunciada para as 10.30 horas, com a presença do Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, e as Coordenadoras do Instituto Secular das Cooperadoras da Família e da Liga dos Servos de Jesus. Às 11.30 horas, Arnaldo Pinto Cardoso, Postulador da causa, abordará o tema “vocação à santidade nos Servos de Deus”. Ao início da tarde, pelas 14.30 horas, Victor Feytor Pinto falará sobre “Perfil espiritual de Monsenhor Joaquim Alves Brás” e, às 15.45 horas, Moiteiro Ramos falará sobre “Perfil Espiritual de D. João de Oliveira Matos”. O primeiro dia termina com a celebração da Missa, na Casa de Santa Zita, às 17.00 horas, e adoração ao santíssimo, na Sé da Guarda, às 21.00 horas.
No segundo dia, os trabalhos começam às 9.30 horas, com a oração de Laudes. Às 10.00, Manuel Geada Pinto, Deolinda Machado e Manuel Luís Santos, vão apresentar testemunhos sobre D. João Oliveira Matos e Monsenhor Joaquim Alves Brás. A partir das 11.30 horas, haverá trabalho de grupos sobre escritos e obras dos dois Servos de Deus.

domingo, 21 de setembro de 2008

21-09-2008 - Domingo XXV do Tempo Comum

“Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?”

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O Reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo”. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: “Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?” Eles responderam-lhe: “Ninguém nos contratou”. Ele disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha”. Ao anoitecer, o dono da casa disse ao capataz: “Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros”. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: “Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor”. Mas o proprietário respondeu a um deles: “Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?” Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos». (Mt 20, 1-16a)


A parábola que Jesus apresenta não se aplica de modo algum aos contratos de trabalho e salário, celebrados entre patrões e operários. Nestes, deve ter-se em conta, tanto quanto possível, a justa compensação do trabalho sem distinção das pessoas.No Reino dos Céus, as coisas processam-se de modo diferente. Todo o homem tem acesso junto de Deus, desde que, em qualquer momento da sua existência, O procure decidida e lealmente.



segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Jovens testemunham fé em Fátima


Três grandes grupos de peregrinos realizaram este Domingo a sua peregrinação a Fátima: o Movimento Nacional dos Convívios Fraternos, a Associação Nacional de Coxos e a Federação Portuguesa dos Dadores Benévolos de Sangue, que este ano realizou a sua 11ª peregrinação a este Santuário.
No total, registaram-se no Serviço de Peregrinos do Santuário como participantes na Eucaristia Dominical deste dia 14 de Setembro outros 28 grupos de peregrinos oriundos de dez países, incluindo Portugal.
Recentemente ordenado Bispo, em 29 de Junho deste ano, na Sé Nova de Coimbra, D. João Lavrador, Bispo Auxiliar do Porto, dirigiu-se sobretudo aos jovens, e muito em particular aos jovens Convivas que integram o Movimento dos Convívios Fraternos, movimento fundado em 1968 que realizou este ano o seu 35º Encontro/Peregrinação Nacional em Fátima.
“É grande a interpelação que nos é feita, sobretudo a vós jovens, que fizestes a experiência apaixonante do amor de Deus nas vossas vidas: estar no mundo, amando-o, não para se limitar a ser como o mundo mas, como recomenda o Apóstolo, para o transformar pela força do Evangelho”, exortou D. João Lavrador que se seguida disse ser possivel que cada homem e mulher deste tempo actue como discípulo de Jesus Cristo.
Num chamamento para cada um olhe para o mundo com o olhar de Jesus Cristo, e em Cristo, D. João Lavrador pediu aos jovens para que analisem o mundo e experimentem “a verdade de Jesus Cristo”, proclamando à sociedade que “Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e Vida”.
“Permitam-se que vos convide, neste santuário, amparados pela mão de Nossa Senhora, contemplando o seu Coração Imaculado, porque cheio do Amor do Senhor que a conduziu pelos caminhos da verdade de Deus ao encontro da verdade do homem, a renovardes a mesma experiência de Jesus Cristo actuante nas vossas vidas ‘Ele que sendo Deus, despojou-se a si próprio, tomando a condição de servo, ficando semelhante aos homens’, como afirma S. Paulo”, disse D. João Lavrador.
Na sua interpelação aos jovens, o Prelado disse-lhes também: “Neste Santuário de Fátima somos conduzidos pela mão materna de Nossa Senhora, convidando-nos a sermos jovens do nosso tempo, em conversão permanente ao Seu Filho. Não tenhais medo de propordes a vós mesmos e aos outros jovens o caminho da conversão como o único capaz de orientar para o homem novo que todos ansiais e a humanidade espera”.
“Amar o mundo, tal como Jesus, é participar nas estruturas da sociedade, oferecendo aos jovens, aos adultos, às crianças e aos idosos a esperança que brota do Evangelho. Todos lamentamos o deficit de participação pública dos cristãos. Por fidelidade à fé cristã, sede vós jovens os primeiros a incentivar os fiéis leigos das vossas comunidades cristãs a essa participação”, acrescentou D. João Lavrador.
Após o momento da comunhão, um grupo de Convivas apresentou um jogo cénico em frente do altar do Recinto de Oração. De forma original, com um tema musical inédito, os jovens, diocese a diocese, e também com representantes vindos de outros países, sublinharam o compromisso e o anseio pela busca da Verdade, e o apoio em Jesus Cristo, representado por uma cruz grande, branca, colocada no centro da representação.
O momento foi ocasião para que todos os Convivas presentes no Santuário e as suas famílias renovassem os seus votos de consagração a Nossa Senhora de Fátima.
Após a consagração, o Padre Virgílio Antunes, director do Serviço de Peregrinos e Reitor nomeado para o Santuário de Fátima, que entra em funções no próximo dia 25 de Setembro, dirigiu-se aos jovens Convivas dizendo-lhes: “O Santuário de Fátima tem sempre muito gosto em acolher-vos. A vós e a todos os outros jovens que queiram aqui e com Nossa Senhora encontrar tranquilidade e paz para as vossas vidas”.
Este movimento dos Convivas nacional já habituou Fátima à sua alegria e dinamismo, e sobretudo ao sentimento de júbilo acente na esperança renovada do sinal de fé aqui deixado pelos jovens Convivas.
A cidade acolhe, sempre em Setembro, o testemunho e a fé de jovens representantes de todas as dioceses de Portugal. As ruas e o Santuário de Fátima recebem novo colorido, isto porque uma marca distintiva deste movimento, ao jeito de arco-iris de tamanho nacional, é que cada diocese é representada por uma cor diferente.
É também de destacar nesta Eucaristia que a animação musical esteve a cargo de um coro de Dakar, Senegal, que também animou a Eucaristia Internacional Aniversária de 13 de Setembro.
Esta Eucaristia, presidida por D. João Lavrador, foi concelebrada pelo bispo irlandês D. John Magge e por 55 sacerdotes.
D. Magge, que cumprirá no próximo dia 24 de Setembro 72 anos de idade, é actualmente bispo de Cloyne, na Irlanda. No Vaticano, trabalhou na Congregação para a Evangelização dos Povos, e, depois, desempenhou as funções de Cerimoniário e Secretário dos Papas Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II.
LeopolDina Simões, Sala de Imprensa do Santuário de Fátima

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Papa envia mensagem à França


Bento XVI enviou hoje uma mensagem à França, país onde chegará na próxima Sexta-feira para a décima viagem ao estrangeiro do seu pontificado. O Papa assegura que a sua visita quer falar de “paz e fraternidade”.
Na primeira viagem a terras gaulesas, enquanto Papa, Bento XVI dirige uma “saudação cordial ao povo francês e a todos os habitantes dessa terra bem amada”.
“O vosso país não me é desconhecido. Muitas vezes tive a alegria de me deslocar aí e apreciar a sua generosa tradição de acolhimento e tolerância, bem como a solidez da sua fé cristã e a sua alta cultura humana e espiritual”, assinala.
O Papa explica que a ocasião desta visita, que decorre de 12 a 15 de Setembro, é o 150.º aniversário das aparições marianas de Lourdes, num itinerário que conta com uma passagem por Paris antes de se juntar “à multidão dos peregrinos que vêm seguir as etapas do caminho do Jubileu, nos passos de Santa Bernardette, até à gruta de Massabielle”.
“A minha oração será intensa aos pés de Nossa Senhora, pelas intenções de toda a Igreja, particularmente pelos doentes, as pessoas abandonadas, mas também pela paz no mundo”, escreve.
“Caros amigos de França, convido-vos a unirem-se à minha oração para que esta viagem traga frutos abundantes”, acrescenta.


Programa


O director dos serviços de informação do Vaticano apresentou esta Terça-feira o programa da visita que Bento XVI irá realizar a França. Na viagem, o Papa irá encontrar-se com autoridades políticas, culturais e religiosas.
Entre os temas que irão ser abordados nos discursos desta décima viagem do Papa ao estrangeiro – a sétima na Europa – deve figurar a questão da laicidade e da presença da Igreja numa sociedade secularizada, particularmente relevante num país como a França.
Bento XVI inicia o seu programa em Paris, apesar desta viagem ter surgido no contexto do 150.º aniversário das aparições de Lourdes. Na comitiva papal seguem muitos dos cardeais franceses que fazem parte da Cúria Romana.
Ao meio-dia de Sexta-feira, 12, o Papa será acolhido pessoalmente pelo presidente Sarkozy. Mais tarde, há encontros com representantes das comunidades judaica, muçulmana e cristã em França.
A chegada a Lourdes acontece ao final do primeiro dia de visita. Bento XVI irá fazer as etapas do “caminho do jubileu”, ligadas à vida da vidente deste santuário, Santa Bernadette.
No Domingo, o Papa encontrar-se-á com todos os Bispos de França, com os quais discutirá a situação da Igreja no país. O regresso a Roma acontece na Segunda-feira, dia 15.


Bispos satisfeitos com avanços da regulamentação da Concordata


Conselho Permanente da CEP decorreu em Fátima


O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reuniu-se hoje (9 de Setembro) em Fátima, onde reflectiram sobre “o avanço da regulamentação da Concordata e a boa vontade do Governo em terminar estes dossiers nos vários campos em que estão abertos” – disse aos jornalistas D. Carlos Azevedo, secretário da CEP. No caso concreto das prisões, o prelado afirma que tem “havido várias dificuldades na nomeação de novos capelães” para esta área da pastoral.
Na próxima Assembleia Plenária da CEP, que decorrerá em Novembro, o bispo anunciou que serão debatidos dois documentos: “Um sobre a escola e outro sobre a questão das crianças”. D. Carlos Azevedo anunciou também que foi constituído “um grupo de trabalho para a revisão dos organismos da CEP”.
Em relação à onda de criminalidade que assolou o país nos últimos tempos, o secretário da CEP salienta que os bispos se mostraram “preocupados com a situação” que teve grande impacto no mês de Agosto. E avança: “Esperemos que seja passageira.” O agravamento das condições sociais poderão estar relacionadas com o aumento da criminalidade. No entanto, os bispos pensam que esses fenómenos “estão mais relacionados com uma crise profunda de princípios de vida”.
A “delicadeza” da lei do divórcio também foi analisada. “O que nos preocupa nesta questão é a instituição do matrimónio como algo que é positivo para a sociedade, mas estas leis fragilizam-no cada vez mais”.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Erradicar a pobreza: um desafio à missão evangelizadora da Igreja

Presidente da Caritas afirma que a «praxis tem de ser assumida pelas paróquias »

A pobreza reveste-se de grande complexidade revelando-se, cada vez mais, como um fenómeno com características multidimensionais que vai para além da escassez de recursos económicos. Nas suas causas estão outras problemáticas sociais como o mercado de trabalho, a saúde física e mental, a educação, a formação académica e profissional, a habitação e as relações sociais.
Quem contacta com pessoas em situação de pobreza sabe que, para a grande maioria, não é possível sair dela sem a colaboração de terceiros. Os percursos vitais que levam as pessoas ou famílias a subsistir privadas das condições indispensáveis a uma vida digna são fruto de processos de deterioração social e económica continuados no tempo. Estamos, por isso, perante uma realidade que exige esforços redobrados. Mas que tem solução. A erradicação da pobreza é, de verdade, um facto evitável. O problema actual não é de inexistência de meios, mas de querer ou não querer. Ou seja, já não é um problema técnico, mas político e ético.
No plano ético a Igreja tem uma missão importante e muito específica a desempenhar. Missão ética que não pode ficar apenas pela salvaguarda dos princípios, mas tem que os levar para à praxis. Neste campo é incontornável o reconhecimento do papel que a Igreja, em Portugal, tem desenvolvido no apoio às pessoas e comunidades em situação de pobreza, sobretudo no âmbito da assistência, através das suas múltiplas e diversificadas instituições de caridade. Porém, como bem alertaram os nossos bispos, não «pode servir o muito que já fazemos para aquietar a nossa consciência face ao que ainda falta fazer. Sem pessimismos, importa desenvolver mais esforços, designadamente no que se refere à pastoral social em todas as paróquias». Há que, de facto, repensar alguns aspectos e reforçar noutros, na missão social da Igreja. Na minha perspectiva, ouso avançar, de forma muito rudimentar, com a indicação de algumas opções que a Igreja terá de fazer, a curto e a médio prazo, para que seja mais eficaz o seu contributo para a erradicação da pobreza.
A primeira é, de facto, a “opção preferencial pelos mais pobres”, quaisquer que sejam as pobrezas. Esta opção faz com que a acção social e caritativa não possa ser concebida nem vivida como uma acção periférica e muito menos como uma acção optativa no conjunto das actividades pastorais. Nem tão pouco pode ser entendida como uma mera acção supletiva para necessidades que não estão cobertas pela sociedade. Mas como elemento constitutivo da mesma Igreja, chamada em cada momento a manifestar o amor de Deus pela humanidade.
Neste sentido, o testemunho explícito da caridade não pode ficar confinado à iniciativa de alguns grupos ou pessoas com “devoção” particular para esta missão. Tem de ser assumido pelas paróquias em geral «como exigência da vida da própria comunidade cristã», para que possa envolver todos os que a ela pertencem nas iniciativas a favor dos pobres. É óbvio que não se deve minimizar a acção social e caritativa a nível individual. Porém, é importante não esquecer que os cristãos não estão chamados a exercer o múnus da caridade apenas por “motum próprio”, mas a assumi-lo como um projecto comum, procurando os recursos necessários, incentivando à partilha cristã de bens. Urge estimular a consciência social das comunidades cristãs para que entendam «que o amor também precisa de organização, enquanto pressuposto para um serviço comunitário ordenado».
Julgo, assim, que o primeiro de todos os esforços é assegurar que exista um grupo organizado que, em nome da comunidade, concretize a caridade desta, recrutando mais e mais novos agentes pastorais, capacitando-os para que, como nos recorda Bento XVI, «a actividade caritativa da Igreja mantenha todo o seu esplendor e não se dissolva na organização assistencial comum, tornando-se uma simples variante da mesma.». E não estamos imunes a esta transformação da assistência em assistencialismo, que gera dependências e contradiz o testemunho da verdadeira caridade. A assistência é, sem dúvida, necessária, mas é mais profícuo o diálogo, a formação adequada e, antes de tudo, a fraternidade.
Para que esta fraternidade se torne realidade é importante acolher o desafio de abandonar uma mentalidade que considera os pobres como um fardo, ávidos de consumir o que os outros produzem. Há que reconhecer os pobres com as suas riquezas, escutá-los e dar-lhes oportunidades de acção, pois Deus quer enriquecer a todos através deles. Em suma, impõe-se que a Igreja se esforce por agir com os pobres e não pelos e para os pobres.
Por outro lado, uma visão integrada da acção caritativa apela a que os organismos caritativos se abram à colaboração com a sociedade, ajudando a descobrir e a potenciar as iniciativas que favoreçam uma rede entre as forças sociais e a administração pública em geral. Tudo isto fortalecido com a criação de laços de comunhão fraterna a nível paroquial, diocesano, inter-diocesano e internacional.
Por último, mas antes de tudo, é «desejável que se intensifique a formação permanente do clero e dos leigos nesta área», nomeadamente, no ensino da Doutrina Social da Igreja.
Comecei por afirmar que é possível erradicar a pobreza, bastando para isso, vontade política. Termino, dizendo que, para nós cristãos, é necessária uma verdadeira conversão do coração. Na verdade, o serviço dos pobres reclama fé e conversão, pois de outra forma corrermos o risco de curar com uma mão as feridas que produzimos com a outra. Por outro lado, este serviço exige paciência e sentido pedagógico. Há que aceitar, de antemão, a lentidão e os possíveis fracassos. Uma caridade que não está fundada na fé e dinamizada pela esperança, não superará um mero humanismo. E a Igreja está chamada a ser mais que uma associação humanista.

Eugénio Fonseca

Presidente da Caritas Portuguesa

Novo Bispo de Portalegre-Castelo Branco


Bento XVI nomeou Bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco D. Antonino Eugénio Fernandes Dias, de 59 anos, até ao presente Bispo Auxiliar de Braga. A nomeação foi tornada pública às 11h00 desta Segunda-feira, dia 8 de Setembro de 2008.
A Diocese de Portalegre-Castelo Branco ficou sem Bispo a 8 de Janeiro deste ano, aquando da nomeação de D. José Alves como Arcebispo de Évora. O prelado tinha vindo a desempenhar funções de Administrador apostólico da Diocese.
A tomada de posse de D. Antonino Dias terá lugar a 7 de Outubro e a sua entrada na Diocese acontece na tarde do dia 12 desse mesmo mês.

Nota biográfica

Antonino Eugénio Fernandes Dias, filho de Durval Dias e de Laurinda das Dores Lima Fernandes, nasceu a 15 de Dezembro de 1948, na freguesia de Longos Vales, concelho de Monção, onde fez a Escola Primária. Estudou Humanidades, Filosofia e Teologia nos Seminários Arquidiocesanos de Braga, onde foi ordenado a 13 de Junho de 1974, no encerramento do Congresso Eucarístico Nacional. Tendo concluído o antigo Curso Teológico em 1973, estagiou e permaneceu cerca de três anos na Redacção do jornal Diário do Minho. Em 25 de Janeiro de 1975, foi nomeado por D. Francisco Maria da Silva, Arcebispo de Braga, pároco de Santa Marta de Portuzelo, em Viana do Castelo, onde exerceu intensa actividade pastoral e social, tendo pertencido à equipa coordenadora da pastoral arciprestal e sido professor de Religião e Moral na Escola Comercial e Industrial de Viana do Castelo e no Colégio do Minho.
Em 1983 foi nomeado Reitor do Seminário Diocesano de São Teotónio, em Monção. Aqui, cumulativamente, foi Director Diocesano da União Apostólica do Clero; responsável pelo quinzenário “Notícias de Monção”; Administrador Paroquial da vila de Monção; promoveu as Jornadas Teotonianas que ainda se realizam e foi convidado a assumir outros cargos diocesanos que manteve até à nomeação episcopal.
Tendo frequentado, em 1981 e 1982, enquanto pároco, o Instituto Superior de Teologia de Braga, veio a licenciar-se no ano lectivo de 1990/91 na já Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.
Foi Pró-Vigário Geral da Diocese de Viana do Castelo; Vigário Episcopal para o Clero, Seminário e Vocações; Reitor do novo Seminário Diocesano, em Viana do Castelo; Director do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional; Mestre de Cerimónias da Sé Catedral; Juiz do Tribunal Eclesiástico; Professor na Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas do Instituto Católico de Viana do Castelo; Assistente Regional do Corpo Nacional de Escutas (CNE); Assistente Regional da Associação Guias de Portugal; membro do Conselho Episcopal, do Conselho Presbiteral, do Conselho Diocesano de Pastoral, do Colégio de Consultores Diocesanos; e dedicou grande parte do seu tempo a outros campos da actividade pastoral da Diocese, nomeadamente no campo da pregação, catequese, Cursos de Cristandade e Pastoral Familiar...
A 10 de Abril de 1984, o Santo Padre nomeou-o seu Capelão com o título de Monsenhor.
Em 10 de Novembro do ano 2000, foi nomeado, pelo Santo Padre João Paulo II, Bispo Titular de Tamata e Auxiliar do Arcebispo de Braga. Foi ordenado Bispo em 21 de Janeiro de 2001, na igreja de São Domingos, em Monserrate, Viana do Castelo, junto do túmulo de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, que foi Arcebispo de Braga, tendo sido bispos ordenantes D. José Augusto Martins Fernandes Pedreira (de Viana do Castelo), D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga (de Braga) e D. Armindo Lopes Coelho (do Porto).
Tendo sido apresentado em Braga, na Sé Catedral, em 18 de Fevereiro de 2001, foi nomeado, em 22 do mesmo mês, Vigário Geral da Arquidiocese e Moderador da Cúria, ficando ainda com o encargo de acompanhar os Seminários Diocesanos, a Fraternidade Sacerdotal e o Instituto Diocesano de Apoio ao Clero (IDAC). Com a remodelação e novo organigrama dos serviços da Cúria, deixou estes encargos e assumiu a presidência da Comissão Arquidiocesana para o Laicado e Família. Além disso, sempre dentro do viver e agir colegialmente, foi-lhe atribuída, de forma mais específica, a Vigararia Territorial que compreende os arciprestados de Barcelos, Esposende, Vila do Conde/Póvoa de Varzim e Vila Nova de Famalicão.
Durante a sua estadia em Braga, procurou ainda conhecer a realidade das comunidades portuguesas no estrangeiro, tendo visitado algumas em França, Suíça, Alemanha e Inglaterra.
Participou no Congresso e Encontro Mundial de Famílias com o Santo Padre, em Valência (Espanha), de 1 a 9 de Julho de 2006, e nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Sydney (Austrália), como bispo catequista, de 15 a 20 de Julho de 2008.
Dentro da Conferência Episcopal, pertenceu à Comissão Episcopal do Clero, Seminário e Vocações, e, presentemente, faz parte da Comissão Episcopal do Laicado e Família.

Nota histórica

A diocese de Portalegre foi criada, por desmembramento da Diocese da Guarda, pela Bula Pro Excellenti Apostolicae Sedis de Paulo III datada de 21.VIII.1549. Por novo desmembramento da Diocese da Guarda, foi criada por Clemente XIV (07.VI.1771) a de Castelo Branco que perdurou até à reforma da divisão eclesiástica de Portugal decretada por Leão XIII na Bula Gratissimum Christi de 30.IX.1881, data em que foi extinta e os seus territórios integrados na Diocese de Portalegre. Por decreto da Sagrada Congregação Consistorial de 18.VII.1956, esta diocese ficou a chamar-se de Portalegre-Castelo Branco, ficando com a Sé Catedral de N.ª S.ª da Assunção, em Portalegre, e com a Sé Concatedral de S. Miguel Arcanjo, em Castelo Branco, e ambas as cidades com o título de sede episcopal.

D. Carlos Azevedo: Memória e projecto da Pastoral Social


Congresso da Pastoral Social começa hoje em Fátima


D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, em entrevista à Agência Ecclesia, aborda perspectivas de trabalho numa área tão vasta, mas onde a Igreja está muito presente.
Agência Ecclesia (AE)- Que perspectivas quer o 1º Congresso da Pastoral Social lançar?
D. Carlos Azevedo (CA)- O Congresso quer rever o que tem sido feito ao longo de 25 anos. Importa avaliar esse processo percorrido. Mas esta é também uma oportunidade para conhecer a realidade presente, que sabemos complexa e problemática e ver os caminhos que o futuro no pede. Contamos por isso, com especialistas e com uma análise que está a ser feita sobre todos os centros sociais e paroquiais, da responsabilidade da Universidade Católica Portuguesa. Este trabalho vai também permitir pensar e articular aquilo que será a pastoral da Igreja nos próximos tempos. Importa também fazer uma interpretação coerente e lúcida das causas dos contextos socioeconómicos, das causas políticas do neo-liberalismo que impera, das causas culturais típicas da pós modernidade e encontrar as respostas adequadas e prontas, que são também uma exigência daquilo que poderíamos dizer é uma sã teologia política.
AE - Fazendo memória destes 25 anos de história da Pastoral Social, como tem sido a intervenção da Igreja?
CA - Existe uma enorme quantidade de Centros sociais e paroquiais com valências para crianças e para a terceira idade que nem conhecemos na totalidade. Quando ninguém ainda pensava em instituições semelhantes, a Igreja inventou-as e foram assumidas pela sociedade.
Talvez os tempos novos que vivemos exijam uma outra perspectiva de vida. Esta mensagem é uma permanente atenção à realidade, com adaptação, inovação e criatividade. Percebe-se uma prisão a fórmulas já criadas, estereotipadas e é necessário ter esta consciência da mística que deve estar presente no terreno.
AE- Então as soluções antigas estão ultrapassadas?
CA - Exactamente. Deus não é indiferente ao mundo. As comunidades cristãs, não tanto um padre que é muito sensível a esta dimensão económica ou um leigo que tem carisma, mas as comunidades cristãs devem ser implicadas na sua formação e atenção a esta dimensão social e política.
Isto exige que estejamos mais atentos às pessoas do que ao Estado. O Estado é uma máquina de conflitos de interesses e de administração desses conflitos na sociedade moderna. À Igreja importa mais relacionar-se com a nação e o povo, com a realidade concreta e interpelar as autarquias e o Estado nesta organização para que tenha em conta as realidades que por vezes esquece. Este é também o papel da acção social da Igreja. Não é fazer tudo ou ser uma contra sociedade, mas chamar a atenção das pessoas responsáveis para que tenham em conta estas situações e possam colaborar com as comunidades cristãs na resolução dos problemas.
AE- Como tem sido a relação Igreja-Estado e de que forma pode ser melhorada?
CA - Tem havido momentos mais felizes e outros mais tensos, como é próprio de uma relação normal. Está a ser reactivada uma estrutura de diálogo entre os ministérios implicados e a Conferência Episcopal e a Comissão. Há um bom augúrio de entendimento a bem daqueles que queremos servir.
AE- O rótulo Igreja impede uma colaboração mais vasta?
CA - Penso que não. Com independência, com projecto próprio e identidade e com qualidade nos serviços, só por miopia governamental é que não haverá apoio. Muitas vezes há um desentendimento por não acertarmos critérios e não termos presente aquilo que queremos. Houve um crescimento de instituições às vezes sem medir o alcance da perna. É necessário que se tenha consciência que se as comunidades cristãs querem praticar a caridade e querem manter instituições têm de as manter, não à custa dos outros.
AE- Trata-se de cortar com a dependência estatal?
CA - Houve demasiada dependência do Estado. Claro que todos somos dependentes uns dos outros, mas temos de ser dependentes com liberdade. E é isto que o futuro vai pedir. Que haja uma dependência mas, conjundando-a com a liberdade.
AE- Com algumas questões consideradas fracturantes na agenda política, como vai actuar a Comissão Episcopal?
CA - A função essencial da Igreja não é moral, é de transformação de vida das pessoas segundo o critério do Evangelho. Será necessário um caminho de abertura de diferença para que, mesmo que a nível exterior os valores sejam postos em causa, as comunidades cristãs não se desorientem com isso e possam dizer que as propostas que se fazem, são propostas de maior felicidade e maior qualidade de vida para todos.
AE- Que marca quer imprimir na Comissão?
CA - Importa intervir num processo que seja orquestral, que tenha em conta a coordenação, a coerência e a concentração de esforços. Importa que as melhores iniciativas possam ser avaliadas e propostas para os outros, numa partilha de experiências.
Importa que se crie esta mística cristã em todos, porque estar com os pobres e excluídos é uma opção difícil, que implica avanços e recuos, lamentos, frustrações. Mas proporciona também uma alegria muito sólida porque se descobre muita humanização. As pessoas tornam-se mais humanizadas e isso é importante.
AE - Procurando respostas diferentes?
CA - Importa não fazer só coisas, mas também reflectir. A reflexão a partir do levantamento que está a ser feito pela UCP, vai exigir também caminhos de adaptação nas instituições, de reendereçamento para outras valências, que não as que foram inicialmente traçadas porque a realidade já não precisa. Vamos fazer aquilo que ainda ninguém faz. A recolha de dados está ainda a ser feita. Este é um trabalho exigente. Na Igreja Portuguesa nunca temos dados sobre nada porque as pessoas não respondem.
AE - Amadorismo?
CA - Falta de organização. Nunca temos dados porque não somos exigentes. É preciso imprimir uma cultura de exigência dentro das próprias instituições, também para que as dioceses conheçam o que têm e para ser mais fácil saber o que há no país. A informação eficaz dá-nos conhecimento do conjunto, para descobrir os potenciais em ordem ao futuro.